quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Coordenadora de creche cuja dona maltratava crianças diz: 'Ela adorava fazê-las chorar'


Semana passada, um caso chocante veio a público: a dona de uma creche de Goiânia foi flagrada torturando crianças que estavam sob seus cuidados. A denúncia de que Maria do Carmo Serrano, de 62 anos, agredia os pequenos aconteceu depois que a coordenadora pedagógica da instituição, Ana Paula de Souza Santos, de 24 anos, fez um vídeo e levou à polícia. "O engraçado é que ela dizia que odiava choro de criança, mas adorava fazê-las chorar. Sentia prazer em maltratar", revelou a coordenadora.
Nesta segunda-feira ela esteve no Mais Você e contou que trabalhava há sete meses na creche e, desde a primeira semana, percebeu que Maria do Carmo era um pouco “alterada” com as crianças. “As outras funcionárias também ficavam horrorizadas com a cena. Ao fazer o vídeo não contei para elas porque tive medo de que elas contassem para a Maria do Carmo. Fui com duas ex-funcionárias e tive a ajuda da polícia para fazer as imagens. Eles me deram uma câmera pequena e foi todo um processo”, contou.
Ana Paula disse que até conseguir o flagrante demorou um tempo. “Nos primeiros dias as imagens saíram péssimas. No quarto dia foi quando consegui as primeiras imagens. E muita coisa eu nem consegui pegar porque a câmera demorava uns três segundos para ligar. E isso já era tempo suficiente para ocorrer a agressão. O engraçado é que ela dizia que odiava choro de criança, mas adorava fazê-las chorar. Ela sentia prazer em maltratar. Esse sentimento de vontade de sentir a criança chorar já estava dentro dela”, disse.
A coordenadora falou que a dona da creche demonstra ser uma psicopata. “Ao ver as imagens ela continuou tranquila. Ela só disse que ia descobrir que a tinha traído”, explicou Ana Paula. Ana Paula revelou que a “vovó” da creche também amarrava as crianças ao carrinho. “Ela colocava a criança no carrinho e fechava a porta. E a criança chorava muito”, falou.
Ana Maria recebeu ainda Fabiana da Gama e Cláudia Divina Gonçalves, que deixaram os filhos na creche. “Meu filho demonstrou que algo não estava bem, estava agressivo. Cheguei a procurar um psicólogo porque a gente nunca imagina que algo deste tipo vai acontecer. Além dos maus tratos, ela não dava a comida que a gente mandava”, disse Fabiana.
Por sua vez, Cláudia contou que seu filho passou a ter mais medo de tudo após ir para a creche. “Eu entreguei meu filho nos braços dela quando ele tinha seis meses. Hoje ele tem três anos e meio. Ele e o meu outro filho não ficaram agressivos, e sim introspectivos. Fico imaginando o que sentiram, como estão vendo o mundo e como vai ser daqui pra frente. É desesperador só de pensar nisso. Foi muito tempo”, falou a mãe. As duas mães temem que Maria do Carmo saia impune. “Ainda não foi decretada a sua prisão e Goiânia está com o sentimento de impunidade. Estamos aqui para não deixar que isso aconteça”, pediu Cláudia.

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